22 dezembro, 2021

Mais apertados, mais endividados

Não é segredo que a pandemia do Covid19 afetou a vida financeira dos brasileiros. Muitas famílias perderam renda ou até mesmo o emprego. Os gastos domésticos estão cada vez mais impactados pela inflação dos últimos meses. Com menos renda e mais despesas, o orçamento doméstico está desequilibrado. E para tentar equilibrar, muitas famílias têm recorrido ao crédito. Pode parecer uma solução imediata, mas ela traz grandes desafios no médio prazo. O pagamento da dívida contraída irá desequilibrar ainda mais o orçamento doméstico.

Os dados levantados têm comprovado esse cenário. Um deles mostra as concessões de crédito no país e o endividamento aumentaram, segundo estatísticas monetárias e de crédito mais recentes divulgados no final de agosto pelo Banco Centro (BC). Os dados, referentes ao mês de julho de 2021, apontam elevação mensal de 1,2% nas concessões de crédito a famílias e pessoas jurídicas, com R$ 418,4 bilhões em empréstimos registrados. Com a nova alta, o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 4,3 trilhões e refletiu em mais um aumento de 2,3% no quadro de inadimplência.

Em nota técnica, o banco afirma que o crescimento da carteira total de crédito se manteve estável (passando de 16,3% em junho para 16,2% em julho). Já a carteira de crédito para pessoas jurídicas apresentou desaceleração de 14,8% para 13,6% no período. O preocupante foi que as operações de crédito destinadas às famílias, conforme afirmado por Rocha, seguiram em aceleração, de 17,5% para 18,2%.

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